“Apenas 14% dos entrevistados afirmaram que se sentem bem representadas na publicidade, e 15% nas comunicações comerciais”.

“Apenas 14% dos entrevistados afirmaram que se sentem bem representadas na publicidade, e 15% nas comunicações comerciais”.

Nossa… Isso é muito pouco considerando que as pessoas são o público alvo das marcas, cada uma levando em consideração o seu segmento de atuação, é claro. Mas é pouco quando se trata de um meio criativo que fala com pessoas.


Este dado apareceu na atualização da pesquisa Visual GPS, da Getty Images, com a YouGov, matéria da Meio & Mensagem dessa semana, no seu canal digital. Ela também afirma que 80% das pessoas esperam mais diversidade na publicidade exibida pelo mundo.


Não estamos falando aqui de criatividade. As habilidades desenvolvidas nas universidades de comunicação, nos cursos de publicidade e propaganda, deixam plantadas em cada um a semente da autenticidade, sensibilidade e atenção ao mundo no qual vivemos. Afinal se trata de uma formação em comunicação com o outro e suas formas e canais mais diversos e criativos também. Mas não ensina sobre empatia, autoconhecimento, diversidade e aceitação e reconhecimento do que e de quem é diferente de nós. Estas são habilidades humanas que devemos alimentar e exercitar todos os dias no nosso lido social, e que não se aprende em sala de aula.


Cada vez mais se fala de representatividade, diversidade e inclusão na publicidade. As pessoas, afinal, querem se reconhecer no mundo e nas marcas como forma de se sentirem pertencentes, partes normalizadas, mas também, indivíduos com as suas diferenças reconhecidas e respeitadas. Mas até que ponto incluir diferentes etnias, origens e aparências nas campanhas publicitárias, é suficiente? Esses 80% das pessoas que citei acima e que o estudo nos traz, gente de todo o mundo, acreditam que apenas isso não é suficiente e esperam que as empresas façam um trabalho melhor para alcançar representatividade genuína em suas publicidades.


O tal do “não basta PARECER, tem que SER”.


Pessoas querem interagir, contar, ouvir e ver histórias inclusivas. E por isso “marcas e empresas precisam ir além da inclusão simbólica para, intencionalmente, criar publicidade e comunicações comerciais que realmente capturem o autêntico estilo de vida e cultura das pessoas”, traz a pesquisa. E isso quer dizer internalizar o autêntico e a diversidade, para assim, tornar “externo” uma identidade e bandeira que sejam reais.


Essa pesquisa, que diz tanto sobre a expressão que esperamos da publicidade atual, foi desenvolvida para abordar a sub-representação dos grupos e a distorção que existe na contextualização da diversidade nas comunicações visuais. Tem a finalidade de quebrar estereótipos e criar conteúdo mais autêntico, como coleções de imagens comerciais Muslimgirl.com, Nosotros, The Disability Collection e o Projeto ShowUs, identificadas neste trabalho.


Imagens de pessoas reais, de situações cotidianas vividas, de dificuldades enfrentadas, de diferentes grupos coabitando, ou mesmo, o acolhimentos dos que ainda tem espaços a conquistar, traduzidos também na constituição física da marca, no que tange equipes de trabalho e seu trato com as suas pessoas, são a tal da parte baixa do “iceberg” que as pessoas querem enxergar. São as raízes que seguram a marca no chão, que a consolida e passa realidade, força, vulnerabilidade e verdade ao mundo.


É o que o povo quer. Está aí, no percentual, para quem quiser ver. E de verdade, só ajuda a comunicação visual a ficar mais bacana e condizente com a gente, que consome e vive ao redor dela. Então, ver essa percepção das pessoas faz a gente se sentir mais confortável em si, com as marcas e com a comunicação, além de “dar de relho” no quesito humanidade.


O povo está de parabéns, e as marcas que estão trabalhando nisso, também 🙂


Juliana Silveira é co-founder da Dtail Gestão de Conteúdo e criadora do blog New Families, onde escreve semanalmente com um olhar de sensibilidade única sobre o recomeço da família após o divórcio

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