E nasce um comércio de novo…

E nasce um comércio de novo…

Aos poucos as portas começam a se abrir, tímidas. Não por falta de vontade ou motivação, já que o empreendedor é um otimista nato. Movido por ideais, por amor pelo seu negócio, pelo compromisso com as famílias que emprega e pela resiliência, parte da sua genética. Mas abrem suas portas timidamente porque sobre este momento ainda estão aprendendo.


Como disse o Superintendente do Shopping Total esta semana em entrevista, estão todos aprendendo na dor.


Frente à pandemia somos todos “juniors”, aprendizes. Não dominávamos regras tão intensas e preocupadas de sanitização, não mantínhamos nos nossos estoques itens de EPI – exceto empresas com essa necessidade específica para o cumprimento de suas atividades – nem contávamos com a necessidade de gestão de espaço nos nossos ambientes comerciais, distanciamento social, restrições ao toque e à prova do que oferecemos.


De repente nós próprios ofendemos potencialmente a presença do outro, do nosso cliente, no nosso espaço, com os nossos movimentos, e com ações que antes encantavam, e que agora tem menos vida. Voltamos para a escola, todos. Essa a qual fomos obrigados pela dor de um momento desconhecido.


Na prática, me parece que a máxima “menos é mais” impera no retorno do comércio. Na apresentação do básico bem feito, do cumprimento às regras de sanitização, do uso de máscaras e da redução de equipes, horários de trabalho e gente no estabelecimento. A ideia é atender a quem tem realmente a necessidade de um item ou serviço. Ou seja, parece que a chance do entrante consumir está maior, pois não estará ali à passeio…


Só que os negócios nunca viveram só do atendimento às necessidades claras dos consumidores. Há marcas que vendem aquele “step” a mais, sobre o que podemos ser ou ter “extra” às nossas necessidades básicas, com encantamento. Daquilo que não é essencial, e que sai pelo impulso. E como encantar nestes novos tempos e vender o que não é exatamente “essencial”, ou pelo menos aparentemente?


Frente a um retorno gradual, cada negócio deverá ser visto no seu caso. Afinal, à medida em que as pessoas retomam suas vidas, consumo e lazer, os negócios começam a responder. Só que cada um há seu tempo. O que exigirá paciência, negociação de custos e presença, através de ações junto ao público que os mantenham vivos e próximos. É preciso cuidar das pessoas. É preciso se comunicar, se colocar empático, disponível e sensível ao que está acontecendo com elas. E nesse cenário, se posicionar e ao seu propósito neste mundo, e agora, neste novo normal, é fundamental.


Vamos vencer esta etapa e sairemos mais fortes, tenho certeza. Talvez menores, possivelmente diferentes, donos de novos pensares e estratégias. O toque será outro. Mas o importante é que sempre se “nasce de novo” das dificuldades, e que seja melhor.


Afinal, é na dor que se cresce.  E está doendo para todo lado. Então abraça teu consumidor, te comunica, cuida de você, dos seus negócios e das suas pessoas. O carinho gera confiança. E os clientes, confiantes, voltarão ao mercado, à consumir, a andar por aí. Do jeito que for. E investirá em quem esteve com ele sempre, em quem não abandonou seu propósito ou alinhou-o às necessidades de todos.


A rede da H Mídia está aí, pronta para abraçar bairros, casas e pessoas com a sua marca. Quem sabe não é um começo…


Juliana Silveira é co-founder da Dtail Gestão de Conteúdo e criadora do blog New Families, onde escreve semanalmente com um olhar de sensibilidade única sobre o recomeço da família após o divórcio.

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